"Tudo Passa, até uva passa..."

_____________________________Mas aqui não passa em branco!_____________________________

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Exercício físico e cotidiano

Parece que o dilema atual do ser humano é: como manter a forma sem perder o ânimo. Exercícios físicos são extremamente necessários, pois são eles que fazem a manutenção deste corpo que nos mantém vivos neste planeta. Nossa alma depende dele para existir como ser vivo. Mas, a natureza do ser humano vai contra exercícios físicos. Tendemos a construir máquinas e formas de viver que exijam cada vez menos esforço e mais rapidez. O ser humano é um bicho que tem preguiça. Imagine se o bicho-preguiça precisasse estar no trabalho daqui meia hora? Provavelmente o bicho nem iria trabalhar. Mas, se ele sabe que é importante, vai inventar meios de conseguir chegar lá.
Encaremos a realidade. Se a gente não trabalha com algo que exige esforço físico, como pedreiros, lavradores, professores de educação física, atletas profissionais, fazer exercício físico vira algo antinatural, algo que precisamos separar um tempo do dia para fazer, porque é obrigatório. E tudo que a gente é obrigado a fazer, fica muito mais chato de ser feito! As caminhadas, corridas, academia e outras estratégias de pessoas não têm o exercício como parte da forma de vida que escolheu (ou não) vira um martírio. E logo fica de lado, pois sempre temos coisas mais interessantes para fazer do que se arrastar para fora de casa para fazer uma coisa que não faz parte do seu cotidiano.
Normalmente, quem faz exercício físico desde pequeno consegue manter um ritmo, pois aprendeu a conviver com isso. Mesmo que hoje essa pessoa seja analista de sistemas, ela sente falta de se mexer. Agora, se a criança não tem o costume de praticar esporte, brincar, correr, dificilmente quando for adulto vai fazer exercício com prazer.
Percebi que depois de grande, a gente só faz exercício se aquela atividade fizer algum sentido (tem algum objetivo final, que não seja manter forma), ou se a atividade for uma diversão. Já percebeu como gastamos calorias dançando na balada? E nem percebemos, porque estamos nos divertindo. Os homens têm uma vantagem – o futebol. Para eles é diversão, e gastam um monte de energia correndo naquele campo.  Jogue umas três vezes por semana para ver o que acontece depois de uns dois meses. A pessoa se socializa mais, fica mais feliz e faz atividade física. O pessoal mais velho costuma ter recomendações médicas para a hidroginástica. São mais mulheres do que homens que vão. Elas gastam energia e a língua colocando assuntos em dia. Estão se divertindo!
Saiu na Veja uma matéria sobre o “efeito sanfona”, quando a gente engorda e emagrece muito sem manter um equilíbrio do peso. Penso que, as pessoas até tentam fazer o tal do exercício físico “importante para a saúde”. Mas a falta de sentido vai fazendo com que não haja mais motivação e a pessoa pára de praticar aquilo. Mas aí depois de uns meses, a pessoa lembra que não está saudável e tenta de novo. Mas logo se desgasta com a falta de sentido naquilo. Caminhar sozinho não é divertido. Correr numa pista de caminhada como um ramster numa rodinha também não é gostoso. Tem gente que gosta de verdade, mas é minoria.
Como se exercitar é importante, precisamos pensar em uma estratégia inteligente! Que faça com que a gente não pare tão cedo.
Proponho que você pense em algo para se divertir, com a premissa de se movimentar.  Assim, você estará reservando um horário da sua semana para se divertir, e não para o martírio de correr sem rumo na pista de caminhada. Ou, se caminhar é sua única possibilidade no momento, vai com alguém para bater papo. Assim você condiciona ainda mais seu pulmão. Já experimentou conversar enquanto caminha? Não é fácil!
As coisas precisam fazer sentido pessoal para o ser humano continuar. Nosso combustível, nossa condição para fazer as coisas: ter sentido.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Beleza que o ser humano inventa

Beleza é uma coisa muito relativa. Inventada pelo ser humano, ela é capaz de ter milhões de formas diferentes. Já reparou que quando falam mal da aparência de um super amigo seu você se sente indignado? Mas aí você lembra que ele a pessoa que está falando mal até que tem razão, porque ele é narigudo ou baixinho, ou gordinho. Ou seja, a beleza dele não está na moda. Mas você nunca se deu conta disso pois a beleza do seu super amigo tem outra forma.
Ou quando nos apaixonamos e não enxergamos seus defeitos (até os físicos)? E quando vemos alguém bonito na rua, mas quando abre a boca e só sai besteira a beleza fica vazia? Quando pensamos o quanto nossos pais são lindos e quando eram mais jovens eram mais bonitos ainda, mas quem vê de fora não enxerga nada de mais?
Hoje em dia as pessoas estão sendo programadas para enxergar como belo um tipo físico específico. E costumamos dar um valor imenso a ponto de querer alcançar aquele ideal. Esquecemos que cada um é diferente do outro e que é o amor que dá formato para a beleza, não a são paulo fashion week.
Existem pessoas com distúrbio alimentar que enxergam literalmente outra pessoa quando se vêem no espelho. São casos graves de distorção da imagem corporal que não têm uma causa específica, mas sabemos que essa alienação da TV e revistas de moda influenciam muito, especialmente o público adolescente, que está na fase de construção de seu eu social.
Precisamos lembrar que a beleza, como as roupas, já teve muita moda. Antigamente as magrinhas sofriam pois as gordinhas eram o ideal de beleza. Agora se inverteu.
A beleza é literalmente coisa da nossa cabeça. Lógico que é importantíssimo manter seu corpo saudável, bem nutrido, fazer exercícios. Ser gordo não significa que a pessoa não é saudável. Ela pode ser uma grande pessoa e estar em dia com seus exames médicos.
Repare ao seu redor... as pessoas que você ama... as coisas que você gosta de fazer. Tem alguma coisa a ver com a beleza da moda de hoje? E você liga pra isso?

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Amor e Apego

Todos nós sentimos saudade de pessoas, lugares e coisas. Eu morro de saudade do meu primeiro carro, um corsinha pé-de-boi grafite. Dá vontade de ter outro. Mas nunca vai ser aquele carro. Já é outro.

Percebo que as pessoas confundem muito amor com apego. E aí fica tudo enrolado. Não sabemos mais o que queremos nem o que sentimos a respeito do objeto amado.

Um bom exemplo é da relação pais e filhos. Filhos mais independentes foram criados com o amor mais livre. Aquele que não se prende. Só fica se quiser. Os mais carentes podem ter sido criados com o amor mais grudento, em que são “poupados” de muitas coisas da vida para que não sofram tanto. Esse apego aos filhos pode dar em muita encrenca mais tarde.

Os pais sentem um amor incondicional pelos filhos e muitas vezes têm dificuldade em soltá-los para a vida. Não podemos criar filhos para nós mesmos. Podemos fazer isso com animais de estimação, não seres humanos.

Ao contrário do que os pais pensam, os filhos conseguem “se virar” sem eles sim, e muitas vezes irão surpreendê-los. O amor dos filhos pelos pais não é incondicional. Na primeira oportunidade que um filho tem para crescer, se aventurar, se jogar na vida, ele só vai acenar um tchau e vai mesmo. E é bom que vá.

Se os pais criam com amor, o tchau será feito com gesto de amor.

Se a criação foi baseada no apego, o tchau poderá ser muito dolorido para ambos os lados.

Com apego, nos sentimos abandonados e sozinhos quando uma pessoa parte. Com apego, a pessoa que vai pode sentir-se culpada em estar “te abandonando” e acaba não agarrando oportunidades que poderiam fazer a diferença para ela. Isso cheira a egoísmo, mas não podemos nos precipitar e sair julgando os apegados, pois todos têm motivos para fazer o que fazem, mesmo não sendo muito explícito.

Com amor, a pessoa que vai pode ir aonde ela quiser, pois ela sempre estará guardada dentro da gente. A dor que sentimos é a dor da saudade, que nos mostra o quanto amamos aquela pessoa que está indo embora naquele momento. É diferente da dor do abandono, pois a saudade tem um “quentinho” gostoso misturado com a tristeza da partida. O abandono é uma mistura de raiva, tristeza, angústia e sentimos nosso coração dilacerar.

No meio do caos do consumo das casas Bahia o que aprendemos é nos apegar. Precisamos todos tomar um chazinho de amor para acalmar e aquecer o coração.